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Oração à Santa Sara

Santa Sara, pelas forças das águas Santa Sara, com seus mistérios, possa estar sempre ao meu lado, pela força da natureza. Nós, filhos dos ventos, das estrelas e da lua cheia, pedimos à Senhora que esteja sempre ao nosso lado; pela figa, pela estrela de cinco pontas; pelos cristais que hão de brilhar sempre em nossas vidas. E que os inimigos nunca nos enxerguem, como a noite escura, sem estrelas e sem luar. A Tsara é o descanso do dia a dia, A Tsara é a nossa tenda. Santa Sara, me abençoe; Santa Sara, me acompanhe. Santa Sara, ilumine minha Tsara, para que todos que batam à minha porta eu tenha sempre uma palavra de amor e de caminho. Santa Sara, que eu nunca seja uma pessoa orgulhosa, que eu seja sempre o(a) mesmo(a)... PESSOA HUMILDE!"

segunda-feira, 19 de abril de 2010

AS FESTAS CIGANAS


As Festas Ciganas

Muitas hoje são as festas ditas ciganas, ou seja, que tem por temática a cultura cigana. Muitas também são as críticas vinculadas a estes festejos, na maior parte das vezes realizados pelos gadjôs (não-ciganos). E é sobre esta dualidade que tratarei aqui.

As comemorações ciganas são festas belíssimas, repletas de danças, de boa música, de alegria e encantamento. Isso verdadeiramente é fato. Quem já teve a oportunidade de presenciar uma celebração cigana, seja ela qual for: um casamento, um batismo, uma slava (festa religiosa) ou mesmo uma mera reunião de amigos; sabe do sentimento de exultação que toma conta dos presentes, da alegria que se dissemina entre os convidados. A beleza dos bailados, a força da música cigana e a ancestralidade das tradições tomam conta das pessoas de forma a levar a cada indivíduo uma emoção única.

Não, isso não é exagero, explica-se. Uma festividade do povo cigano é uma celebração a alegria, a vida e consequentemente a forma que o cigano enxerga a Deus. Para o povo cigano, a figura de Deus ou da Divindade Maior reside na junção de todas as boas coisas, os bons sentimentos, ou seja, na felicidade de uma festa reside também uma forma de culto ao Superior. Não é Deus apenas o Pai, mas sim, a personificação do Bem e daquilo que é realmente bom e belo. Daí, o caráter positivo que rege a estas comemorações e enleva seus presentes.

No entanto, muitos criticam algumas festas realizadas por algumas pessoas desinformadas a respeito da mitologia e memória cigana, aonde determinado tipo de atitudes tomadas realçam esta falta de conhecimento acerca do que é verdadeiro a respeito das tradições do povo cigano. Muitas vezes, estas críticas têm propriedade e razão de ser. Existem sim pessoas que tomam festas de “temática cigana” e tornam-nas legítimas festas da tradição deste povo, como se idealizadas e realizadas por ciganos autênticos. E, pela falta de ciência, acabam por oferecer ao seu público muitas coisas equivocadas e sem sentido cultural.

Mas, evidente, que nem toda festa realizada por um gadjô está enquadrada no caso acima descrito. Existem festejos maravilhosos e lindamente organizados por indivíduos idôneos e que não são ciganos de sangue. Mas que, sim, são amantes e admiradores do povo cigano e sua reminiscência e que tem por finalidade impulsionar e divulgar a beleza da tradição cigana em suas festas. Trata-se de uma homenagem e é assim que devem ser encaradas, como uma forma de valorizar o cigano e sua forma de viver e pensar. Desmistificam também, a sua maneira, a visão maléfica que muitas vezes o cigano possui na sociedade gadjê (não-cigana), revelando o que há de admirável e louvável e que a maior parte das pessoas desconhece.

Então, que seja, entre críticas e a tradição verdadeira, fique com a informação. Que as festas se realizem, de ciganos de sangue ou não, mas que sejam sempre baseadas nas informações adequadas e de boa procedência, afim de que as ambigüidades cessem de vez e seja a verdadeira tradição pregada de forma a enaltecer a cultura cigana legítima. E que os simpatizantes tenham sempre o privilégio de conhecer e apreciar uma verdadeira festa cigana, plenas de alegria e arte.

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