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Oração à Santa Sara

Santa Sara, pelas forças das águas Santa Sara, com seus mistérios, possa estar sempre ao meu lado, pela força da natureza. Nós, filhos dos ventos, das estrelas e da lua cheia, pedimos à Senhora que esteja sempre ao nosso lado; pela figa, pela estrela de cinco pontas; pelos cristais que hão de brilhar sempre em nossas vidas. E que os inimigos nunca nos enxerguem, como a noite escura, sem estrelas e sem luar. A Tsara é o descanso do dia a dia, A Tsara é a nossa tenda. Santa Sara, me abençoe; Santa Sara, me acompanhe. Santa Sara, ilumine minha Tsara, para que todos que batam à minha porta eu tenha sempre uma palavra de amor e de caminho. Santa Sara, que eu nunca seja uma pessoa orgulhosa, que eu seja sempre o(a) mesmo(a)... PESSOA HUMILDE!"

domingo, 18 de abril de 2010

EVIDÊNCIAS LINGÜÍSTICAS DA ORIGEM ASIÁTICA DOS CIGANOS


Evidências lingüísticas da origem asiática dos ciganos

Desde sua chegada a terras européias, um dos traços marcantes da comunidade cigana que mais chamou a atenção dos demais povos era sua estranha linguagem, muito diferente das faladas na Europa. A primeira produção escrita do romani remonta a uma enciclopédia intitulada “First Book of the Introduction of Knowledge” (Primeiro livro de introdução ao saber) cujo autor foi Andrew Boorde. Esta obra, completada em 1542 e publicada em 1547, recolhia exemplos de frases no que o autor chamava Egipt speche (fala egípcia), dando por válida a crença popular de que os ciganos precediam do Egito.

Durante os dois séculos seguintes aparecem mais menções escritas da língua romani. Na Espanha, o marquês de Sentmenat publica por volta de 1750 um pequeno vocabulário do romani falado na Península Ibérica.

Um dos primeiros ou o primeiro documento em que se propõe identificar a língua romani como uma língua hindu é um trabalho de Szekely de Doba na Gazeta de Viena em 1763. Neste artigo comenta que o aluno Vali que na Universidade de Leiden estudou o idioma de uns estudantes de Malabar do distrito de Zigania, nome que lhe fez lembrar dos zíngaros e que posteriormente expôs o vocabulário a ciganos de Almasch (Komora, Eslováquia), comprovando que estes entediam as palavras.

No setor acadêmico, o descobrimento da origem hindu do romani é atribuído ao alemão Johann Rüdiger, catedrático da Universidade de Halle, que em 1782 publicou um artigo de investigação lingüística, no que analisava a fala de uma mulher cigana, Bárbara Makelin, e a comparava com a língua recolhida em uma gramática alemã do hindustani (o nome com o que se conhecia antigamente aos atuais hindi e urdu). Em seu artigo, Rüdiger reconhecia a influência em suas investigações do dicionário de romani de Hartwig Bacmeister, de 1755, a quem já em 1777 havia comunicado suas idéias, assim como o fizera seu professor Christian Büttner, que anos antes tinha aventurado a possibilidade de uma origem hindu ou talvez afegã dos ciganos. Sem dúvida, foi Rüdiger quem estabeleceu, mediante sua comparação entre a descrição gramatical do hindustani e a fala de Bárbara Makelin, que as similitudes entre ambas variedades lingüísticas evidenciavam uma origem comum.

Estudos subseqüentes da língua romani têm mostrado um estreito parentesco com o panyabi e o hindi ocidental, tanto em seu vocabulário fundamental como em suas estruturas gramaticais e nas alterações fonéticas. As pesquisas de Alexandre Paspati “Études sur les Tchinghianés” (Estudos sobre os ciganos), publicado em Constantinopla em 1870; “The dialect of the gypsies of Wales” (O dialeto dos ciganos do País de Gales), de John Sampson, 1926, evidenciam que existe uma unidade dentro do romani que se estende por toda Europa. Os estudos citados recolhiam mostras do romani grego, galés e sueco, respectivamente. Fica demonstrado assim que o vocabulário básico coincide de maneira relevante.

– Evidências linguísticas da migração cigana

De acordo com os estudos de Terrence Kaufman (1973) a origem da língua romani, baseado nos dialetos europeus, pode localizar-se na Índia central e posteriormente em associações lingüísticas que foram adaptadas nos territórios para onde migrava os ciganos que iriam desde o século II a.C ao século XIV d.C.: assim tem associações do persa de sua passagem pela Pérsia, mas não do idioma árabe o que demonstra que sua passagem pela Pérsia foi anterior a sua islamização até 900 d.C. Durante os séculos XI-XII tem associações de línguas do Cáucaso (oseta, georgiano e armênio). Logo se detecta a migração até a Turquia onde recebe associações do grego, mas não do turco, o que indica que sua passagem foi anterior a invasão turca. Até 1300 d.C. se produziria a entrada nos Bálcãs onde adquiriu associações das línguas eslavas. Posteriormente os dialetos europeus do romani se dividem no que Kaufmann mostra uma distinção entre os que têm influência léxica do idioma romani e os que não têm que seriam os ciganos da Bulgária e os da Espanha.

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