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Oração à Santa Sara

Santa Sara, pelas forças das águas Santa Sara, com seus mistérios, possa estar sempre ao meu lado, pela força da natureza. Nós, filhos dos ventos, das estrelas e da lua cheia, pedimos à Senhora que esteja sempre ao nosso lado; pela figa, pela estrela de cinco pontas; pelos cristais que hão de brilhar sempre em nossas vidas. E que os inimigos nunca nos enxerguem, como a noite escura, sem estrelas e sem luar. A Tsara é o descanso do dia a dia, A Tsara é a nossa tenda. Santa Sara, me abençoe; Santa Sara, me acompanhe. Santa Sara, ilumine minha Tsara, para que todos que batam à minha porta eu tenha sempre uma palavra de amor e de caminho. Santa Sara, que eu nunca seja uma pessoa orgulhosa, que eu seja sempre o(a) mesmo(a)... PESSOA HUMILDE!"

domingo, 18 de abril de 2010

A QUESTÃO DA ENTRADA NA PENÍNSULA IBÉRICA


A questão da entrada na Península Ibérica

Como e quando chegaram os ciganos a Península Ibérica é uma questão cujo consenso tornou-se polêmico. Uma primeira teoria os faz proceder do norte da África, desde onde haviam cruzado o estreito de Gibraltar para reencontrar-se na França com a rota migratória nortenha. Distinguir-se-iam assim os ciganos do norte, entrados por Perpiñán, os do sul, ou tingitanos (em sua pronúncia deturpada, ciganos, é dizer, procedentes de Tingis, hoje Tanger), e os do leste (ou grecianos) que penetraram pelo litoral mediterrâneo nos anos oitenta do século XV provavelmente a causa da queda de Constantinopla. A penetração melhor documentada é a do norte. O primeiro documento conservado é de 1415. Nele Alfonso (logo o Magnânimo) concede salvo-conduto a um tal Tomás Sabba, peregrino de Santiago de Compostela. Esse mesmo monarca concede outra carta de entrada em 1425 a outro líder cigano com sua gente, ordenando que seja bem tratado:

“… Como nosso amado e devoto don Juan do Egito Menor… entende que deve passar por algumas partes de nossos reinos e terras, e queremos que seja bem tratado e acolhido… sob pena de nossa ira e indignação… o citado don Juan do Egito e os que com ele irão e o acompanharão, com todas suas cavalgaduras, roupas, bens, ouro, prata, alforjes e quaisquer outras coisas que levem consigo, sejam deixados ir, estar e passar por qualquer cidade, vila, lugar e outras partes de nosso senhorio a salvo e com segurança… e dando a aqueles passagem segura e sendo conduzidos quando o citado don Juan o requeira através do presente salvo-conduto nosso… Entregue em Zaragoza com nosso selo no dia doze de janeiro do ano do nascimento de nosso Senhor em 1425. Rei Alfonso.”.

Nesses anos se sucederam os salvo-condutos, outorgados a supostos nobres ciganos peregrinos. O seguimento desses salvo-condutos por todo o território espanhol revela aos pesquisadores (como Teresa San Román, ou Helena Sánchez) algumas evidências:

O número de ciganos que entraram ou viveram na Península no século XV é calculado em 3.000 indivíduos, aproximadamente. Os ciganos viajavam em grupos variáveis, de 80/150 pessoas, lideradas por um homem. Cada grupo autônomo mantinha relações à distância com algum dos outros, existindo talvez relações de parentesco entre eles (algo comum em nossos dias entre os ciganos espanhóis).

A separação entre cada grupo era variável e em certos casos uns seguiam os outros a curta distância e pelas mesmas rotas.

A estratégia de sobrevivência mais comum era a de apresentarem-se como peregrinos cristãos para buscar a proteção de um nobre.

A forma de vida era nômade, e se dedicavam à adivinhação e as danças.

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