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Oração à Santa Sara

Santa Sara, pelas forças das águas Santa Sara, com seus mistérios, possa estar sempre ao meu lado, pela força da natureza. Nós, filhos dos ventos, das estrelas e da lua cheia, pedimos à Senhora que esteja sempre ao nosso lado; pela figa, pela estrela de cinco pontas; pelos cristais que hão de brilhar sempre em nossas vidas. E que os inimigos nunca nos enxerguem, como a noite escura, sem estrelas e sem luar. A Tsara é o descanso do dia a dia, A Tsara é a nossa tenda. Santa Sara, me abençoe; Santa Sara, me acompanhe. Santa Sara, ilumine minha Tsara, para que todos que batam à minha porta eu tenha sempre uma palavra de amor e de caminho. Santa Sara, que eu nunca seja uma pessoa orgulhosa, que eu seja sempre o(a) mesmo(a)... PESSOA HUMILDE!"

domingo, 18 de abril de 2010

SÉCULO X X ,PERSEGUIÇÃO E EXTERMÍNIO


Século XX, perseguição e extermínio

A detenção do fluxo migratório em princípios do século XX não significou uma melhora das condições de vida dos ciganos. As disposições legais continuaram sendo inúteis (como haviam sido antes) na hora de assimilá-las. Na França, por exemplo, uma "lei sobre o exercício das profissões ambulantes e sobre a circulação de nômades" obrigava em 1912 a proveer-se de um “cartão de identidade” que devia ser selado em cada deslocamento.

À medida que se aproxima a Segunda Guerra Mundial a perseguição tornou-se mais severa. O governo prussiano, por exemplo, decidiu acabar com a “doença cigana” mediante um acordo internacional desenhado para acabar com sua forma de vida. Na Baviera foi elaborado em1905 um "Livro cigano", Com um censo inicial de 3000 indivíduos que logo aumentaria com a colaboração de outros estados germânicos. O estado da Baviera autorizou o castigo a trabalhos forçados a todo cigano que não pudesse provar ter um trabalho estável, e a República de Weimar entendeu esta medida a toda a Alemanha. Os censos de ciganos se multiplicaram em toda a Europa (França, Inglaterra) e na Suíça, em 1926 começou o ignominioso costume de seqüestrar meninos ciganos para ser educados entre os não ciganos, prática que só seria abandonada em1973.

O auge do nazismo e os excessos da Segunda Guerra Mundial se abateram com crueldade sobre os ciganos. Tomando como base os censos anteriores, o Centro de Investigação para Higiene Racial e Biologia Populacional do Reich começou a analisar a questão cigana. Depois de alguns momentos de dúvida, nos quais se esteve a ponto de classificar os ciganos dentro da raça ariana, Himmler ordenou seu internamento ema campos de concentração, e finalmente sua execução em massa. Na língua cigana se chama a este processo de extermínio “porraimos”, ou “porrajmos”: "a destruição". Como sempre, se desconhece o número exato de vítimas. As estimativas vão desde 50.000 a 80.000 (Denis Peschanski, La France des camps, l'internement 1938-46, Gallimard, 2002, p. 379) até "500.000 a 1.500.000… Só em Auschwitz-Birkenau morreram mais de vinte mil ciganos. E em um só día, em 3 de agosto de 1944, os últimos 2.897 habitantes das barracas ciganas de Auschwitz, incluindo mulheres e crianças, deixaram para sempre de “cantar e dançar". O genocídio cigano é um fenômeno relativamente desconhecido, comparável com mais ou menos interesse ao genocídio dos judeus.

Na Europa central e do leste sob regimes comunistas, os ciganos sofreram políticas de assimilação e restrições a sua liberdade cultural. Na Bulgária, foi proibido o uso da língua romani e a apresentação de dança cigana em atos públicos. Centenas de milhares de ciganos da Eslováquia, Hungria e Romênia foram reassentadas em regiões fronteiriças da Morávia, e foi proibido seu estilo de vida nômade. Na Tchecoslováquia, onde foram qualificadas de “escória social degradada", mulheres ciganas foram submetidas a esterilizações como parte da política do Estado para reduzir seu crescimento demográfico. Esta política foi posta em prática mediante incentivos financeiros, ameaças de retirada de subsídios sociais, desinformação e esterilização involuntária.

Em princípios da década de 1990, a Alemanha deportou centenas de milhares de imigrantes para a Europa Central e do Leste. 60% de 100.000 cidadãos deportados de acordo com um tratado de 1992 eram ciganos.

No terceiro quarto do século XX começou também um importante movimento associativo cigano, especialmente, a partir do Primeiro Congresso Cigano de Londres, de 1971.

– Século XXI, a terceira grande diáspora

Com a queda do muro de Berlim em 1989, o desmantelamento dos estados autoritários da Europa Central e do Leste e a subseqüente crise econômica e, especialmente, por causa da guerra da Iugoslávia, começa a terceira grande diáspora cigana. Este movimento migratório (que novamente passa despercebido para a opinião pública) se realiza como é habitual, de leste para oeste. As estimações são de uns 200.000/280.000 ciganos espalhados pelo leste e oeste europeu desde 1960 até 1997. Ao se deteriorar a situação política da antiga Iugoslávia uns 40.000 ciganos chegaram à Itália e outros 30.000 a Áustria. A crise econômica gerou também uma intensa rota migratória da Romênia para os países da Europa próspera em uma quantidade, todavia por calcular. As leis de cidadania discriminatórias na República Tcheca, por exemplo, é um expoente de velhas e novas formas de discriminação.

Segundo os informes do Banco Mundial na Europa há uma população entre 7 e 9 milhões de ciganos, dos quais aproximadamente 2 milhões vivem na Romênia, já que porcentualmente a presença mais alta do povo cigano é a da República da Macedônia, onde representam 11% da população. A maior população cigana da Europa Central na zona balcânica vive com menos de 3 euros diários por pessoa e 89% dos ciganos búlgaros não têm podido cursar estudos primários.

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